
Light e Diet: fique atento aos rótulos
O primeiro passo para controlar o que fará parte da sua alimentação saudável é ler atentamente os rótulos dos alimentos manipulados e industrializados. Por lei, eles devem informar composição nutricional, teor calórico, data de validade, ingredientes e peso líquido. Essas informações não estão lá à toa. Elas estão dizendo: é disso que este produto é feito; tem certeza de que é disso que você precisa?
Os rótulos dos alimentos industrializados, controlados pelo Ministério da Agricultura, em geral, são honestos, ou pelo menos procuram ser. As propagandas, nem sempre.
Então, se a propaganda diz light e a tabela de composição nutricional revela uma quantidade ainda grande de carboidratos ou gorduras, é bom não acreditar que o produto é de baixa caloria.
Pois nem é isto que a palavra light (leve, em inglês) significa. Pode receber esse título qualquer versão de produto que tiver diminuída a quantidade de qualquer um de seus ingredientes, em relação a uma versão anterior. Um molho inglês pode ser light se tiver menos sal do que o original, assim como uma sobremesa láctea pode ter uma versão com menos açúcar e mais gordura, e mesmo assim ser chamada de light.
Light e Diet são coisas diferentes!
▪▪ Light = com algum ingrediente em menor quantidade,reduzido. Pode referir-se à quantidade de calorias, gorduras, açúcar, sódio etc.
▪▪ Diet = dietético, sem açúcar, feito para diabéticos. Para substituir o açúcar, podem ter ainda mais gordura que um produto tradicional. Caso dos chocolates, por exemplo.
E não é só de calorias que vivem os rótulos. Eles informam também a presença de nutrientes não energéticos, como vitaminas e minerais, e a inclusão de aditivos químicos. Tudo isso deve ser avaliado na hora da compra, pois cada ingrediente terá sua atuação (boa ou não) no organismo. Vale a pena prestar atenção, inclusive, ao que está nas entrelinhas do rótulo.
No caso dos sucos e iogurtes de frutas, por exemplo, quanto corante você acha que foi necessário para dar ao produto a cor da fruta, se a fruta que ele contém não foi suficiente para tanto? Ou, quanta fruta ele contém? O rótulo não diz, pois nesse caso o fabricante se protege da concorrência, atrás do direito de manter o segredo da sua fórmula.
Nessa onda dos alimentos saudáveis, quem estiver desatento pode cair em outras armadilhas. Os dizeres “sem colesterol” em destaque na embalagem de aveia em flocos ou margarina, por exemplo, não passam de uma obviedade sem importância, já que colesterol é um tipo de gordura que só existe em tecidos animais. Portanto, qualquer alimento de origem vegetal é naturalmente desprovido de colesterol. Assim, de olho no que estão tentando lhe vender, você já faz uma bela seleção do que merece ou não ser levado para casa.
Lembre-se de que a saúde é sua e é você (e não quem quer o seu dinheiro) quem deve se responsabilizar por ela. Como diz o médico americano Brian J. Sharkey, mudanças no comportamento alimentar são técnicas de sobrevivência para os modernos guerreiros urbanos. Quer dizer que é preciso cortar, para sempre, todo tipo de guloseima? As recomendações médicas de restrição ao consumo de certos produtos enfrentam resistência dos pacientes por um motivo que não é segredo para ninguém: consumi-los proporciona prazer.
A sabedoria, nesses casos, reside na moderação. Se soubermos dosar adequadamente todos os nutrientes
necessários, com alguns pequenos acréscimos – dispensáveis ao organismo, mas prazerosos – e, portanto, relevantes para o bem-estar, conseguiremos manter uma alimentação saudável.
A total privação de prazeres gastronômicos pode não ser o seu prato predileto, mas vale a pena resistir a algumas tentações, mesmo que elas insistam em acenar para você.
Fique de olho!
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